Mais de 123 mil casos de roubos e furtos foram registrados até novembro.
Sindipol alega que número de policiais é insuficiente.
Segundo o Sindicato, de janeiro a novembro deste ano foram registrados 123.428 casos de roubos e furtos em todo o Pará. As ocorrências envolvendo homicídios e de roubos seguidos de morte ultrapassam 3.500 casos.
Os policiais alegam que o atual efetivo é insuficiente para atender a demanda da população. O estado tem hoje 7.969.654 habitantes para 2.400 policiais, quando o ideal é que fossem pelo menos 5 mil policiais atuando efetivamente na segurança do estado.
"Nós queremos uma política de segurança pública séria, que a gente mude esse quadro que aí está, que é um quadro que mostra nosso estado como um dos mais violentos”, afirma Rubens Teixeira, presidente do sindicato.
O secretário da Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal do Estado, Cláudio Galeno, diz que os números já foram maiores e que a secretaria está atenta aos dados. “Para nós os números sempre serão altos, e o nosso objetivo sempre é traçar estratégias para que esses números sempre diminuam”, disse.
Para o sociólogo e estudioso sobre a violência, Júlio Jacob, os números que destacam o Pará como o quarto mais violento de todo o Brasil têm relação com a falta de políticas públicas. “Tem haver com políticas públicas de incorporação e políticas públicas especificamente para a juventude, porque quem mais mata e quem mais morre neste momento no Pará é o jovem na faixa de 15 a 29 anos”, esclarece.
Há dois meses, um homem que preferiu não se identificar, foi assaltado dentro de casa. Era início da tarde quando ele e os filhos foram rendidos por seis bandidos. Depois do assalto, a família numerosa teve que se mudar para dois apartamentos. “Estamos sem conforto, morando de uma maneira bem mais apertada, sem a gente ficar a vontade dentro da própria casa”, desabafa.
Além do trauma, da perda dos bens materiais e da sensação de impotência, a família reclama do desaso na solução do crime. Ele conta que recebeu uma intimação para comparecer à seccional a fim de esclarecer os fatos. “Eu me assustei porque eu estou sendo intimado. Parece que eu fiz alguma coisa errada quando, na verdade, eu sou vítima do assalto. Quem tem que esclarecer alguma coisa é a polícia, não sou eu”, diz.
0 comentários:
Postar um comentário
Quando alguém tem caráter, personalidade e confia no que está dizendo, não precisa se esconder no anonimato.