Ilha brasileira foi fechada para visitação por ter cobras perigosíssimas cujo veneno derrete a carne humana
Imagine uma viagem para uma ilha repleta com 4.000 cobras, sendo que
dentre elas está uma das serpentes mais perigosas do mundo? É a Ilha de
Queimada Grande, que fica a cerca de 35 km da costa de São Paulo.
Na verdade, a ilha é tão perigosa que a visita a ela foi banida pelo
governo brasileiro, apesar de já não ser muito famosa no quesito de
turismo.
Essa ilha é o único lugar natural do mundo onde podemos encontrar a
Bothrops insularis, também chamada de Jararaca-Ilhoa, que é uma das mais
perigosas por seu veneno letal. Ele é tão potente que ao entrar na
circulação de uma pessoa, a mata em questão de duas horas, por provocar
falência geral orgânica. Sua ação enzimática provoca a destruição e,
literalmente, o derretimento da área mordida.
A espécie tem uma cor marrom misturada com dourado, cresce um
comprimento médio de 70 cm, podendo atingir seu máximo de 118 cm. Ela
recebe o nome também de “cabeça de lança” por conta do formato de seu
crânio, característica única das cobras desse gênero. A sua taxa de
mortalidade é de 7% e cai para 3% quando a pessoa é tratada a tempo. Sua
dieta consiste principalmente de aves e lagartos, mas pode chegar
também a fazer canibalismo com outras cobras.
A ilha é inabitada, exceto por uns poucos cientistas que possuem
autorização para estudar algumas cobras. Ocasionalmente, aparecem alguns
caçadores, que são conhecidos por capturar as cobras e vendê-las no
mercado negro a mais de R$ 60 mil.
O curioso dessa cobra é o motivo misterioso que a fez tão mortal, já que
ela não é muito diferente de suas irmãs continentais. A teoria
predominante é que, há 11 mil anos, houve uma separação da ilha com o
território brasileiro atual, deixando as serpentes na ilha com fontes
limitadas de comida. Por isso, tinham de ser certeiras na morte de suas
presas. Além disso, elas podem sobreviver até 6 meses sem alimentação.
Várias histórias giram em torno dessa assustadora ilha. Uma delas fala
de um pescador que fundiu os motores de seu barco próximo de lá e foi
encontrado alguns dias depois morto, cheio de mordidas de cobra dentro
de seu barco. Outra conta sobre o último faroleiro que morou na ilha com
a sua família e todos morreram por picadas de cobras em locais
diferentes.
Ainda que bastante perigosa, a população de cobras da ilha tem sofrido
uma redução nos últimos 15 anos devido à remoção de vegetação por
estrangeiros e de doenças levadas por eles. Elas estão criticamente
ameaçadas de extinção.