A educação pública do Pará está em alerta. Reunidos em assembleia geral na manhã de hoje (29) os (as) trabalhadores (as) em educação da Rede Estadual de ensino avaliaram que o não cumprimento da pauta de reivindicações por parte do governo Jatene está empurrando a categoria para a greve.
Carreira, inclusão de funcionários de escola no PCCR, implementação da lotação por jornada com hora-atividade, regulamentação das aulas suplementares, agilidade na planilha de reforma e estruturação de escolas são demandas pautadas desde o início do governo Jatene, além do pagamento de retroativo de carga horária do piso salarial (abril a dezembro/2011), pagamento de adicional de férias, regularização do Some, etc.
O Sintepp sempre construiu a mobilização pela base, por isso percebe que o governo está enganando os (as) educadores (as). As tentativas de consenso na mesa de negociação foram furadas. Nenhum prazo, acordado pelo próprio governo foi cumprido. Nossa categoria já decidiu, está mais do que na hora de reagir!
O autoritarismo, marca dos governos tucanos, está em plena atividade. As denúncias de ingerência aos parâmetros democráticos se refletem nos números degradantes da educação, a exemplo dos episódios de assédio moral registrados nos espaços educacionais, se estendendo aos convênios Fasepa e Susipe.
O Pará tem o 2º pior IDH da educação do país. Se na capital mais de 3% das escolas não iniciaram este semestre por falta de infraestrutura, a situação no interior do estado é mais trágica. Em municípios da Regional Sul ainda encontram-se “alunos araras”, tamanha a precariedade do transporte escolar. No Marajó, o processo de ensino multi seriado é realizado de forma precária, com estudantes dividindo até o mesmo quadro, isso mesmo, todos dividindo uma única lousa para o ensino de conteúdos distintos.
O Sintepp convoca os (as) trabalhadores (as) à uma reação imediata. “Hoje demonstramos que temos urgência em construir um movimento que tire nosso estado dos índices baixos de desenvolvimento social, mas para isso temos que construir um cronograma de lutas que exija a sustentação e a valorização da escola pública para derrubar a perversidade que este governo tem nos submetido”, comenta Williams Silva, Coordenador Geral do Sintepp.
A assembleia foi unanime em aprovar a adesão à paralisação nacional prevista para amanhã (30), com realização de grande ato, às 9:00h, no Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN).
A partir da próxima semana é tarefa geral organizar debates e mobilizações nas mais 1.200 escolas do estado para no dia 12 de setembro voltar às ruas, desta vez a concentração será na Pça. do Operário, às 9h. “Greve se constrói a partir da disposição da categoria e da organização da base. O Sintepp vai movimentar todas as escolas da Rede Estadual para mostrar ao governo que não estamos de brincadeira. Esperar resposta sobre as mazelas da educação, para a pauta social, econômica e pedagógica, em especial sobre lotação por jornada não dá mais. Caso não se chegue a um avanço concreto, a partir da 2ª quinzena de setembro É GREVE!”, diz Conceição Holanda, Coordenadora Estadual do Sintepp.
O dia 18 de setembro será decisivo para a Rede Estadual, pois é o prazo final para o governo responder às demandas. Às 9:00h, na Sede Social do Clube do Remo (Av. Nazaré), a categoria se reúne em assembleia geral para definir o indicativo de deflagração da greve.
Nesta sexta-feira (30) os trabalhadores em educação, lotados na Seduc realizam ato a partir das 8h em frente a Sede (Rod. Augusto Montenegro). A proposta é debater a pauta específica dos profissionais lotados no Seducao.
Todos os (as) trabalhadores (as) em educação estão convocados a construir o processo de transformação social na sua sala de aula, no seu ambiente escolar. As movimentações que começaram ainda no 1º semestre com a juventude na rua, exigem de nós um caráter organizacional maior. Portanto, vamos à luta por nossos direitos!
Fonte: sintepp
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