Caminhada marcou a mobilização pelo fim da violência contra a mulher.
Vítima de violência pode ligar para o 181 para receber as orientações.
“De janeiro de 2011 até março de 2013, foram 53 mil ocorrências de violência contra a mulher registradas em todas as delegacias do estado do Pará, porém, eu acredito que esse número ainda não corresponde à verdade. Ainda tem muitas mulheres que estão em situação de violência doméstica familiar esperando que o parceiro mude o comportamento, ou que essa seja a última vez que ele agrediu. Normalmente essa situação acaba em morte”, explica a coordenadora de Promoção ao Direito da Mulher da Sejudh, Maria Trindade.
Maria Trindade ressalta que atualmente a política de enfrentamento da violência está mais visível e por isso é importante que a mulher denuncie. “A naturalidade com que esse tipo de crime era tratado está sendo quebrada”, afirma.
Ainda de acordo com a Maria Trindade, algumas mulheres tem medo de denunciar e ficar desprotegida, mas a coordenadora afirma que as medidas protetivas são eficazes, e explica o procedimento necessário para a denúncia.
“As mulheres deverão comparecer até a Delegacia da Mulher ou a qualquer delegacia. É necessário que ela denuncie, peça as medidas protetivas e gere o boletim de ocorrência para o inquérito policial”, explica. Maria diz ainda que a mulher vítima de violência pode ligar para o 181 e irá receber as orientações de onde procurar ajuda.
Mobilização
No último sábado (23) foi realizada uma caminhada pelas ruas do centro de Belém com o tema: “O Pará mobilizado pelo fim da violência contra as mulheres”. No estado são 16 dias de luta e conscientização da população. No Brasil são 18 dias de mobilização, pois no dia 20 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. A mobilização nacional e a estadual terminam no dia 10 de dezembro, junto com o aniversário da declaração dos Direitos Humanos.
A caminhada reuniu dezenas de mulheres. A concentração foi na Praça da República e várias mulheres levaram fotos e faixas de amigas e familiares que foram vítimas da violência. A aposentada Maria de Fátima Menezes levou uma faixa para homenagear a filha, Henrica de Nazaré, que faleceu em 2009, aos 36 anos, vítima de violência doméstica. “A gente não pode, porque morreu alguém, ficar com medo e ficar quieto, tem que ir para a rua, tem que denunciar”, afirma Maria de Fátima.
A caminhada percorreu as ruas do centro da cidade e encerrou na praça Dom Pedro II , no bairro da Cidade Velha. Apresentações culturais, oficinas de artesanato e serviços como verificação de pressão arterial e glicemia foram oferecidos.
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