Santarém/PA- Municípios enviam pacientes para Santarém alegando falta de estrutura
Em 2013, aproximadamente 20% dos pacientes que deram entrada no Hospital Municipal de Santarém são de municípios vizinhos.
Recepção do hospital lotado, na segunda-feira (10). (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Representantes do governo municipal de cidades vizinhas a Santarém, oeste do Pará, alegam falta de estrutura nas unidades de saúde locais, o que faz com que acabem enviando pacientes ao Hospital Municipal de Santarém (HMS). A chegada de pacientes de outros municípios causa a superlotação da unidade. Atualmente, quase 20% das pessoas que recebem atendimento no HMS são de outros municípios. A maioria dos casos é de baixa complexidade. saiba mais
De acordo com dados do Hospital Municipal de Santarém, em 2013, 146.704 atendimentos foram realizados na unidade. Desse total, 5.704 pacientes são de municípios da região. As cidades que mais enviam pacientes são Mojuí dos Campos (952), Belterra (777) e Monte Alegre (590).- No Hospital de Santarém, 20% dos pacientes são de cidades vizinhas
O governo do novo município de Mojuí dos Campos assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2013. Segundo o prefeito, Jailson Alves, há apenas um posto de saúde no local, duas ambulâncias alugadas, médicos clínicos gerais atendendo toda a semana, um ortopedista atendendo uma vez por semana, e um neurologista que atende a cada 15 dias. A intenção é transformar o posto de saúde num hospital municipal. “Essa semana, assinamos um convênio com o governo Estado de R$ 20 mil para revitalizar para funcionar um hospital municipal pequeno”, informou.
A secretária de saúde de Monte Alegre, Eliene Oliveira, alega que o hospital municipal não tem equipamentos para a demanda. “Há situações em que o Município não consegue resolver em decorrência justamente de equipamentos necessários, tipo tomografia, ressonância, não temos. O único equipamento que temos no município é raio-x, aparelho de ultrassom e o mamógrafo que vai estar em funcionamento”, justificou.
O G1 tentou contato com o secretário de saúde de Belterra, segundo município que mais enviou pacientes em 2013 ao HMS, mas não conseguiu.
Novo Progresso foi o município que ficou em 12º lugar em número de pacientes levados ao Hospital Municipal de Santarém. “Estamos numa distância de aproximadamente 700 km. Os casos hoje mais comuns em que há a necessidade do TFD [Tratamento Fora de Domicílio] são de acidentes com fraturas expostas ou acidentes ocasionados pelo campo, fazendas. Temos uma extensão de município de aproximadamente 300 km, não temos Corpo de Bombeiros, temos somente o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] para atender. O hospital não tem UTI. Temos dificuldade de transportar esses pacientes. Por terra, é aproximadamente 18 horas de viagem, para quem está com fratura, é muito torturoso, chega a ser desumano. A questão aérea, que mais utilizamos, se calcularmos esse gasto, daria para ser revertido na melhoria da unidade de saúde. Aparelho de tomografia não tem, mas tem ultrassom, raio-x, somente o básico, é um hospital muito antigo. Temos 13 médicos, mas há uma dificuldade com anestesista”, alegou a representante dos pacientes de Tratamento Fora de Domicílio, Claudia Cunha.
O assunto foi discutido nesta terça-feira (11), na Câmara Municipal de Santarém, numa sessão aberta à população.
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