"Eu nasci numa família de políticos. Minha mãe está no PSB há aproximadamente 30 anos. Ela foi vereadora neste município. Meu pai também é filiado ao PSB e foi secretário de saúde de Itaituba. Ele vem de uma família de políticos muito conhecidos da Paraíba, que é a família Cunha Lima. Eu cresci em um ambiente que respirava política. Costumo brincar com meus amigos, dizendo que eu nasci e me criei dentro do PSB, porque minha mãe vivia engajada na política, quando eu era pequeno e por isso cresci dentro do partido. É óbvio que isso despertou em mim um interesse especial pela política. Daí não ter sido nada difícil ter nascido essa vontade de lançar-me na carreira política pelo meu município.
Eu fiquei fora de Itaituba durante cerca de 16 anos, vivendo no Rio de Janeiro, onde fui estudar, tendo me formado médico lá, onde também fiz minha especialização. Tinha tudo para ficar por lá, pois, infelizmente, muitos filhos de Itaituba que foram estudar fora, não retornaram para sua cidade. Mas, eu decidi voltar, por amor à minha cidade e a minha região, porque eu tenho consciência de é aqui que precisam muito mais do meu trabalho de médico.
Recentemente, há menos de um mês, eu me filiei ao PSB, o que foi quase uma coisa óbvia por causa da minha origem. Ato contínuo, dei conhecimento ao partido, do meu desejo de colocar meu nome à disposição para concorrer a uma cadeira para a Assembleia Legislativa. É claro que a decisão será do partido, que por ser uma agremiação socialista, as decisões são tomadas em colegiado. Então, dependendo do que for decidido pelo partido, eu pretendo ser candidato a deputado estadual", afirmou o médico Leonard Cabral.
Ele sabe que, embora Itaituba tenha votos suficientes para eleger até dois deputados estaduais, como vários candidatos são votados, é preciso buscar votos fora. "Eu sei que é preciso buscar votos fora, mas, é importante reconhecer que houve uma mudança no pensamento do eleitor daqui, que passou a concentrar seu voto em candidatos da terra. Nosso povo sabe que vivemos numa cidade muito esquecida pelos governantes, e que é preciso eleger alguém de Itaituba para representá-lo".
Leonard diz que não se assusta com o fantasma da cada vez mais baixa popularidade dos políticos. "Essa é uma realidade, tanto na nossa região, quanto no Brasil inteiro. Cada vez mais o conceito dos políticos diminui. Mas, a gente não pode se acovardar. Por isso, é muito importante que haja renovação. O eleitor precisa conhecer a história de vida do candidato em quem vai votar. Cito o caso dos meus pais, que tem um passado limpo, que não tem rabo preso com ninguém, assim como eu, que também não tenho rabo preso com quem quer que seja".
E o sistema, esse monstro que costuma engolir tantos políticos bem intencionados, não pode devorá-lo, quis saber o JC?
"Eu tenho minha profissão de médico, da qual não vou abrir mão, de jeito nenhum. Trabalho e sobrevivo dela. Nunca dependi, nem quero depender de política para viver. O que desejo é fazer uma boa carreira política para servir a minha comunidade. Se o meio tentar me modificar, e eu não conseguir modificar o meio, estarei fora do sistema", disse o pré-candidato a deputado estadual.
Não é tarefa das mais fáceis conciliar as atividades de médico e político com mandato de deputado estadual, tendo que ficar uns dias em Belém, e outros na cidade de origem. Leonard sabe disso e garante que não descuidará do seu trabalho de médico, por nada. Afirma que sente que políticos que conseguiram se eleger por aqui, depois que foram para Belém esqueceram as bases, deixando de fazer aquilo que a população que deu seu voto mais esperava deles, que era fazer as reivindicações junto ao governo do Estado. Ele tem confiança de que vai fazer diferente, caso se eleja.
Voltando à questão do desgaste dos políticos, e olhando para o que tem acontecido nas últimas semanas no País, que tem sido palco de grandes manifestações contra os dirigentes da nação brasileira, Dr. Leonard disse que um dos motivos disso tudo é a revolta da população contra a corrupção, pois a sociedade já não suporta mais esse estado de coisas. Ele espera que os políticos se conscientizem depois de todo esse movimento, para dar as respostas que o povo espera. Ele entende que grande parte do problema está na corrupção, que muitas vezes começa no indivíduo, quando dá uma propina para não ser multado no trânsito, por exemplo. É preciso que todos se conscientizem da necessidade de faz o que é certo, não apenas os políticos.
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