Crise aumenta a prostituição na internet

Analistas de tecnologia da Grã-Bretanha apontam que, com o crescimento do mercado de webcams no mundo, cada vez mais mulheres do país estão atuando em sites eróticos em tempo real.
Segundo os especialistas da Juniper Research, a movimentação está ocorrendo em parte por causa da recessão.
As britânicas se inscrevem em sites do país ou em páginas internacionais, e se dispõem a conversar e se exibir ao vivo através de uma webcam com os clientes, que pagam pelo serviço.
"Lauren", de 23 anos, é uma dessas mulheres.
Há alguns meses, ela "atende" os clientes virtuais a partir do porão de uma casa, que ela divide com outras garotas que também fazem o mesmo trabalho.
O local foi convertido para parecer um pequeno apartamento - um ambiente está decorado com uma cama e outro com um sofá.
As garotas usam luxuosas peças de lingerie, além de um fone de ouvido com microfone acoplado, para poderem conversar com os clientes.
Lauren diz que consegue ganhar até 30 libras por hora (quase R$ 90), incluindo bônus.
"Você pode imaginar como é: o clima esquenta e se eles pedirem para eu tirar o sutiã, eu tiro", afirmou à BBC.

Aumento de mercado Segundo analistas, o mercado geral de webcams cresceu de 730 milhões libras, em 2007, para 1,1 bilhão de libras, em 2008.
A previsão é de que esse número chegue perto de dobrar até 2015, impulsionado pelos sites pornográficos.
A página mais popular do tipo alega ter cerca de 27 mil garotas trabalhando para 17 milhões de clientes, com cerca de 12 mil novas assinaturas a cada dia.
"Trata-se de uma alternativa mais segura do que se tornar acompanhante ou garota de programa", disse à BBC Brodie Fry, dono de um desses sites. "O anonimato é total e, claro, as meninas não usam seus nomes verdadeiros." Outro proprietário de uma página semelhante, Richard Smallbone, também confirma o aumento na demanda de clientes e na procura de garotas pelo emprego.
"Começamos com 12 meninas, e apenas uma delas trabalhava de dia. Hoje, um ano e meio depois, temos 80 perfis disponíveis e até 16 garotas trabalhando de dia", contou.
Críticas ativistas de defesa dos direitos da mulher se dizem preocupados, alegando que muitas garotas podem se sentir pressionadas a fazer coisas que não gostariam de fazer.
Para Anne van Heeswijk, da ONG Object, que luta contra a exploração sexual, essa indústria deveria ser melhor regulamentada.
"É o homem quem escolhe a mulher, dependendo da aparência dela e do que ela está disposta a fazer sexualmente. Isso coloca uma pressão enorme nas garotas e as leva a realizar formas cada vez mais extremas de pornografia para atrair os clientes e ganhar dinheiro", disse van Heeswijk à BBC.
Lauren, no entanto, diz que não se preocupa com isso, e que sua prioridade é sua filha de 3 anos.
"Várias amigas minhas trabalham em loja e não ganham quase nada, vivem sem dinheiro", compara. "Eu posso trabalhar dois dias por semana e ganhar mais que elas, e ainda passo o dia com minha filha."
Via: noticias.uol
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