Mistério- APODRECENDO VIVO: CONHEÇA A SÍNDROME DE COTARD
A ficção pode realmente nos assustar, e muito não é? Basta assistir um bom filme, ler um livro ou um conto bem escrito e original que lá vamos nós olhar de canto de olho para ver se realmente estamos sozinhos na sala. Isso é bom porque deixamos de lado um pouco a realidade e entramos num mundo enevoado e desconhecido. Mas claro que isso é ficção e sabemos disso. O filme, o livro, o conto ou um curta metragem são expressão de arte, não são realidade, são criações humanas voltadas, no nosso caso em específico, para o gênero do terror, com a exímia função de provocar medo.
Realmente a ficção pode assustar, convenhamos.
Agora vamos refletir o seguinte: Imagine a ficção tronando-se realidade. Imagine as sombras, as faces, os monstros que assustaram você durante um filme fossem reais. Imagine... Não seria mais tão legal não é?
E se eu disser que existem pessoas que vivem essa realidade, mais especificamente voltadas para uma realidade de inexistência. Eles vivem, mas acham que estão mortos. Alguns acreditam ser almas penadas, já outros estão pagando sua existência no próprio inferno, contudo eles estão vivos, respiram, comem e bebem, mas sofrem de um raríssima síndrome chamada " Síndrome de Cotard".
Essa estranha síndrome é também conhecida como "delírio de negação" e "delírio de negação de órgãos", pois um dos sintomas do individuo afetado é a negação de existência. Ele afirma estar morto e que seus órgãos internos estão paralisados e apodrecendo. Afirma também que familiares, amigos ou até locais como cidades e países não existem mais. Ele está perdido entre os vivos ou entre os mortos, sua realidade agora é pagar por seus pecados e sofrer gradativamente por toda a eternidade.
Madmoiselle X |
Quem descobriu essa síndrome foi o psiquiatra francês Jules Cotard em sua obra Du délire hypochondriaque dans une forme grave de la mélancolie auxieuse (Do delírio hipocondríaco sob uma forma grave de melancolia ansiosa) nesta obra ele narra o caso de uma paciente com pseudônimo de "Mademoiselle X". No caso a paciente dizia estar morta, afirmava não possuir cérebro nervos, tórax, entranhas e seu coração não mais batia. Dizia também não haver nem Deus nem o diabo (Isso é comum hoje). Ela era eterna e viveria para sempre. O interessante é que ela sentia constantemente o fedor da putrefação de seus órgãos e teria que conviver com aquilo pela eternidade. Segundo os relatos ela dizia não precisar comer, beber ou ir ao banheiro. Seu intestino não mais funcionava. Era constantemente medicada e dopada em vista do alto risco qual sua síndrome lhe acarretava.
Jules Cotard |
Outros relatos afirmam que os pacientes consentem não mais existir, são almas penadas vagantes por esse mundo agora inóspito e diferente. Fato bem explanado por um episódio mais recente ocorrido em 1990 na África do Sul. Um jovem após grave acidente retorna para seu país. Ele estava totalmente certo que havia sido levado para o inferno e que o espírito de sua mãe o guiava como um tour por aquele local de tormento e aflição. Dizia que seu corpo estava na escócia onde dormia num coma infindo.
Como todos os sintomas da psiquiatria, não há sintomas únicos de uma só doença, sendo assim o "fenômeno de Cotard" pode ser descrito em Esquizofenias, em psicoses devido ao uso de drogas ou outras mais.
É curioso saber que existem realidades onde a ficção é real, ela existe e domina totalmente o ser em que habita. Então antes de tremer de susto assistindo um filme, pense que pode haver alguém por aí tremendo por viver dentro de um.