Lembram-se de um reality show chamado Extreme Make Over sobre cirurgias plásticas? Os telespectadores acompanhavam os procedimentos antes e depois, mas eles nunca mostravam a dor 'real' infringida às participantes. Pensando no pós-operatório doloridíssimo, a fotógrafa coreana Ji Yeo fez uma sessão com pacientes para mostrar a realidade por trás da conquista da beleza a qualquer custo. Ji procurou mulheres pela Coreia do Sul que estivessem dispostas à exposição em plena sala de recuperação e conseguiu. A série Beauty Room Recovery tem o objetivo de descobrir o real preço de uma cirurgia plástica. "A ideia foi imprimir o momento em que elas passam o pior momento, mostrando ataduras manchadas de sangue, hematomas, marcas cirúrgicas e corpos inchados. Isso passa longe da fantasia de transformação", disse ela.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica de 2010, a Coreia do Sul é, de fato, o país com maior taxa per capita do mundo da cirurgia cosmética. É uma cultura onde os homens são julgados pelo poder aquisitivo e as mulheres por sua beleza. Os meios de comunicação dominados por homens reforçam o modelo de mulher ideal. Como resultado, a Coreia tornou-se uma sociedade movida pela beleza em que as pessoas são julgadas pela aparência mais do que a sua essência. O que tem aumentado dramaticamente a indústria das cirurgias estéticas. "Nosso desejo de sermos amados e valorizados juntamente com as nossas inseguranças são fatores poderosos. Minhas imagens são simplesmente um registro social e sociológico de uma transformação generalizada. São uma afirmação, uma pergunta, um argumento e um desafio", diz a fotógrafa. As retratadas não ganharam dinheiro para aparecer nas fotos, mas sim a promessa de que Yeo as levaria para as salas cirúrgicas, cuidaria delas e também as medicaria.
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