Cada vez mais, os jovens itaitubenses que saíram para estudar fora, voltam para aplicar os conhecimentos que adquiriram, no município onde nasceram. É o caso de Robson Cunha Aguiar, 25 anos, que é filho de Raimundo Nonato Aguiar (Raimundinho, da Realce Modas) e Maria de Lourdes Cunha Aguiar. Ele graduou-se em Física Ambiental, pela Universidade Federal do Pará, campus de Santarém.
"Eu fui para Santarém para continuar meus estudos, levando-se em conta que aqui não tinha o curso que eu queria fazer, como ainda não há, e voltei para aplicar na terra onde nasci, Itaituba, os meus conhecimentos. Eu sempre tive muito interesse pelo meio ambiente. Calhou de surgir esse curso novo, Física Ambiental, em Santarém. Tentei, passei, gostei do curso e me formei nessa área. Eu concluí, também, uma pós-graduação em Gestão Ambiental.
A medida que a gente foi avançando no curso eu fui ficando cada vez mais convencido de que tinha escolhido a área certa. Essa área de meio ambiente é muito abrangente, principalmente aqui em nosso município, onde as coisas começam a acontecer com maior celeridade, e tudo está relacionado com o meio ambiente", disse Robson.
Atualmente, Robson presta serviço de consultoria ambiental ao Consórcio CCM-RHL-FERFRANCO e FRANÇA SIMÕES, que é responsável por um dos trechos de pavimentação da BR 163, o qual está situado no distrito de Moraes Almeida. Além disso, ele monta projetos ambientais e pode prestar consultoria para qualquer pessoa que venha a precisar de seus serviços.
Falando a respeito da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Produção, Robson disse que ainda falta muita coisa para que ela possa desenvolver o seu trabalho plenamente. Ainda faltam muitos detalhes, tanto em termos de equipamentos, quanto de material humano, apesar de já ter avançado um pouco.
Para o físico ambiental itaitubense, a fiscalização nessa área do meio ambiente ainda é muito deficiente nesta região. Principalmente na área garimpeira. Ele entende que falta uma maior presença do governo, que dá pouca atenção para esta região. A natureza continua sendo bastante maltratada, sem que as autoridades deem a devida atenção para o problema. Basta observar o que aconteceu recentemente, com um desmatamento muito grande feito na área da Transgarimpeira.
"O problema é que o governo só sabe chegar aqui para punir, em vez de vir com atos de prevenção, como a regularização daqueles que querem se regularizar, mas, não tem oportunidade. Isso arrasta-se por muitos anos. As pessoas reclamam, pedem para sair da informalidade, mas, o governo é ausente. Se fosse ao contrário, caso o governo fosse presente, a maioria poderia estar trabalhando dentro da legalidade, e quem não quisesse se adequar, esses sim, deveriam ser penalizados, não, todos, como acontece de vez em quando", falou Robson.
Falando a respeito dos empreendimentos que estão chegando a Itaituba, como os portos e as hidrelétricas, ele disse que tudo tem os aspectos positivos, e os negativos, pois tratam-se de empreendimentos que podem ter grande impacto ambiental. Desde que se tenha capacidade de lidar com esse novo momento, disse ele, poderá ser muito bom, pois existe a chance de trazer bastante desenvolvimento, o que não está acontecendo por enquanto.
Robson empresário- A veia comercial vem de berço, pois seus pais são proprietários da Realce Modas, que existe há mais ou menos três décadas. Ele comprou a antiga A Manauara, ao lado do Bradesco, batizando-a com o nome de Mais Você Variedades, que não mudou apenas de nome. O visual foi inteiramente mudado para um padrão moderno, embora tenha sido mantido o ramo de atividade.
"Itaituba passa por um momento difícil, certamente tendo muito a ver com essas medidas repressivas do governo, o que tem prejudicado muito a atividade garimpeira, da qual nossa economia ainda é muito dependente. Vamos ver se com esses novos investimentos a gente sente alguma melhora. A expectativa nesse sentido é grande. Porém, o que está acontecendo neste momento nos preocupa, pois o que estamos vendo são os empregos que estão surgindo nesses empreendimentos serem ocupados por gente vinda de fora, até mesmo em funções para as quais nós temos pessoas em condições de ocupar.
Outro problema que é bem antigo, é a falta de mão de obra qualificada para muitos setores. Faltam cursos de qualificação para o nosso pessoal. Isso é ruim, porque o tempo está passando, e a gente está vendo as oportunidades surgirem, e serem aproveitadas por quem vem de fora", finalizou Robson.
Edição especial de aniversário do Jornal do Comércio
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