Após sofrer assédio moral por anos, deficiente sai de emprego e cria empresa de sucesso na internet


Após sofrer assédio moral por anos, deficiente sai de emprego e cria empresa de sucesso na internet

Com lucro de até R$ 30 mil por mês, Mirela Goi vende forminhas de bolo para o Brasil e o exterior. Sua página no Facebook reúne mais de 25 mil fãs


O empreendedorismo pela internet foi o caminho que uma empresária de Campinas (SP) seguiu para superar o assédio moral e o preconceito por ser deficiente. Mirela Goi, 39, abriu uma loja on-line de sucesso depois de ter sido discriminada no trabalho. "Tive o azar, ou sorte, de ter uma chefe que não me via como alguém capaz. Convivi com esta situação sem nunca desistir até ser demitida", afirmou à Marie Claire.
A empresária, que tem paralisia causada pela poliomielite, afirma ter sofrido dois anos o assédio de sua superiora, mas usou a dificuldade em benefício próprio. Em 2009, ela fundou a Ma Sweet Cases, uma empresa que vende forminhas de bolo. "Encarei a realidade e vi que para me sobressair precisava travar uma batalha. Quando surgiu a oportunidade de ter meu negócio, decidi gastar toda minha dedicação em algo próprio. Acreditei que dependeria muito mais de mim do que da aprovação de chefes. E tem dado certo", disse.
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Atualmente com ganhos na faixa de R$ 30 mil por mês, a empresa vende para o Brasil e países como Estados Unidos, Portugal e  Emirados Árabes. Os pedidos geralmente são para festas de casamento, aniversário, debutante, boda e batizado.
No ano passado, a empresa vendeu seus produtos para mais de 550 clientes, número superado já nos primeiros meses de 2014. A meta é dobrar as encomendas a cada 12 meses. O resultado positivo se deve às redes sociais. "Meu negócio só foi possível devido à internet. Estou sempre atenta às mudanças.  Leio muito sobre novas plataformas, novas tendências", conta. A página da empresa no Facebook reúne mais de 25 mil fãs.
Mas alcançar o sucesso não foi nada fácil. Mirela foi diagnosticada com poliomielite na infância e, por conta da doença, também foi vítima de discriminação em outras fases. “Quando saí da minha primeira faculdade, me deparei com um mercado totalmente despreparado. Eu trabalhava sem esperanças, pois a deficiência acabava sendo um problema dentro das empresas, tanto por falta de adaptação, como pelo preconceito", disse.
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SUPERAÇÃO
Anos depois, Mirela enfrentou novamente uma instituição de ensino para estar mais preparada como empresária. O curso de relações públicas foi feito nas horas livres em que cuidava do negócio.
Foi nessa época em que a empreendedora aprendeu a conciliar a Ma Sweet Cases com suas tarefas como mãe da menina Maysa, 4, e também como esposa. "Às vezes, aproveito horas mais calmas para fazer algo pessoal ou para a família. Isso ajuda a quebrar a pressão e dá energia para fazer novos trabalhos."
Agora que conquistou sua independência financeira, Mirela aconselha pessoas que passam por problemas semelhantes aos quais enfrentou. Para ela, deve-se buscar um trabalho que traga satisfação pessoal. "As mulheres com alguma deficiência podem realizar muitas coisas. É necessário encontrar suas qualidades e se empenhar. Todos temos algo que pode ser importante para outras pessoas. Se fizerem esse algo se sobressair, nada será empecilho", conclui.
http://revistamarieclaire.globo.com
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About Pedro Fernandes

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