'Rosto tampado não é manifestação', diz pai que tirou filho de protesto
Em entrevista à GloboNews, funcionário diz que respeita manifestações.
Tropa de Choque entrou em confronto com manifestantes na quinta (12).
O funcionário público Osvaldo Ruz Baldi disse, em entrevista exclusiva à GloboNews, que tirou o filho de uma manifestação contra a Copa em São Paulo por ser contra o uso de máscaras em protestos e porque temia pela segurança de Renan, de 16 anos. "De rosto tampado, não é manifestação. Se você está defendendo uma causa, você tem que mostrar o seu rosto, a sua cara", defendeu Baldi.
Na quinta, Baldi chegou a afirmar que o adolescente teria direitos quando trabalhasse. "Você vai ter o seu direito quando você trabalhar e ganhar seu dinheiro", disse.
O jovem respondia afirmando que queria "estudo" e lutar contra injustiças. "Deixa eu protestar. Eu quero estudo", afirmou o filho. "Não me interessa. Você já tem. Eu pago sua escola", retrucou o pai. A mãe acompanhava os fatos emocionada, ao lado. O pai puxou o garoto quando os manifestantes começaram a hostilizar. Os três saíram do local do protesto a pé.
Filho se disse surpreso
Um dia depois da discussão, o adolescente disse ter ficado surpreso com a reação do pai e que não esperava que ele fosse ao protesto. "Péssima", disse sobre a presença do pai.
“Eu não queria sair de lá. Tanto é que no momento, ele foi me arrastando, eu fiquei tão estressado na hora que não percebi os outros ao meu redor”, disse o garoto. “Na hora que caiu a ficha que eu vi as câmeras.”
O pai disse que teme que o filho se machuque durante protestos. “Na hora que a polícia vai pra cima, não vai escolher em quem bater ou não. Eles recebem uma ordem, eles têm que agir”, avalia. “Deus o livre se uma bala de borracha pega na vista dele. E aí? Vai sobrar para a gente", completa.
Protesto reprimido pela PM
As manifestações começaram por volta das 10h no dia da abertura da Copa em São Paulox. A polícia avançou sobre pessoas que tentavam fechar a Radial Leste ao lado da Estação Carrão do Metrô. Um jovem foi detido e recebeu spray nos olhos mesmo após estar dominado.
Depois o protesto migrou para o Tatuapé. Black blocs apareceram quando metroviários protestavam. Os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar.
A Ouvidoria das Polícias de São Paulo criticou a ação de policiais militares no protesto. Em nota, o ouvidor Júlio César Fernandes Neves afirmou que a Ouvidoria está insatisfeita com a atuação da Polícia Militar. Neves completou que a ação será oficiada à Corregedoria da corporação e ao Ministério Público.
“Além de ter sido desproporcional e inaceitável, um dos policias militares demonstrou sadismo ao lançar spray de pimenta nos olhos de um manifestante que já estava completamente dominado", disse o ouvidor.
Balanço de detenções
Em novo balanço nesta sexta-feira (13), a Polícia Militar informou que deteve para averiguação 46 pessoas no total. Segundo a corporação, eles tinham objetos cortantes, explosivos e desacataram policiais e agrediram pessoas.
Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a organização Anisita Internacional criticaram a ação policial e falaram em uso de força excessiva.
Pai e filho discutiram durante protesto na quinta
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Segundo o pai, usar máscaras típicas dos adeptos da tática black bloc tornaria o filho um possível alvo de violência. "Com o rosto coberto, é mais fácil de ele tomar uma borrachada ou bala de borracha, spray de pimenta na cara."(Foto: Reprodução/TV Globo)
Na quinta, Baldi chegou a afirmar que o adolescente teria direitos quando trabalhasse. "Você vai ter o seu direito quando você trabalhar e ganhar seu dinheiro", disse.
O jovem respondia afirmando que queria "estudo" e lutar contra injustiças. "Deixa eu protestar. Eu quero estudo", afirmou o filho. "Não me interessa. Você já tem. Eu pago sua escola", retrucou o pai. A mãe acompanhava os fatos emocionada, ao lado. O pai puxou o garoto quando os manifestantes começaram a hostilizar. Os três saíram do local do protesto a pé.
Filho se disse surpreso
Um dia depois da discussão, o adolescente disse ter ficado surpreso com a reação do pai e que não esperava que ele fosse ao protesto. "Péssima", disse sobre a presença do pai.
“Eu não queria sair de lá. Tanto é que no momento, ele foi me arrastando, eu fiquei tão estressado na hora que não percebi os outros ao meu redor”, disse o garoto. “Na hora que caiu a ficha que eu vi as câmeras.”
O pai disse que teme que o filho se machuque durante protestos. “Na hora que a polícia vai pra cima, não vai escolher em quem bater ou não. Eles recebem uma ordem, eles têm que agir”, avalia. “Deus o livre se uma bala de borracha pega na vista dele. E aí? Vai sobrar para a gente", completa.
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O jovem 16 anos, de uma família de classe média da Zona Leste, não pretende mudar de postura. Ele disse que vai continuar indo aos protestos, “fazendo o que for preciso para ter algo de bom para o povo”. Com o rosto coberto? “Se for preciso, sim”, garante. O pai responde prontamente: “Se eu estiver perto, não”.Protesto reprimido pela PM
As manifestações começaram por volta das 10h no dia da abertura da Copa em São Paulox. A polícia avançou sobre pessoas que tentavam fechar a Radial Leste ao lado da Estação Carrão do Metrô. Um jovem foi detido e recebeu spray nos olhos mesmo após estar dominado.
Depois o protesto migrou para o Tatuapé. Black blocs apareceram quando metroviários protestavam. Os manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar.
“Além de ter sido desproporcional e inaceitável, um dos policias militares demonstrou sadismo ao lançar spray de pimenta nos olhos de um manifestante que já estava completamente dominado", disse o ouvidor.
Balanço de detenções
Em novo balanço nesta sexta-feira (13), a Polícia Militar informou que deteve para averiguação 46 pessoas no total. Segundo a corporação, eles tinham objetos cortantes, explosivos e desacataram policiais e agrediram pessoas.
Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a organização Anisita Internacional criticaram a ação policial e falaram em uso de força excessiva.
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